segunda-feira, 29 de abril de 2013

Ibovespa completa 45 anos com mesmas dúvidas de décadas passadas

Desde sua criação, em 1968, pelo engenheiro e economista Mário Henrique Simonsen, na época assessor do ministro do Planejamento, Roberto Campos, o índice Ibovespa gera controvérsias. Em 1993, quando o índice comemorou 25 anos, o professor Hélio de Paula Leite, da Fundação Getulio Vargas, foi um dos convidados pela Bovespa para escrever um livro sobre a história do índice, e ele já foi interrogado sobre a criação de um novo índice. Hoje, 20 anos depois, a pergunta continua divagando entre conversas de economistas, estudiosos e membros envolvidos na bolsa de valores, mas ainda sem resposta definitiva.

Isso porque o índice atual, utilizado no pregão brasileiro, continua o mesmo desde quando foi criado, em 68. Ele é baseado no volume financeiro e na quantidade de negócios das ações. O índice é atualizado a cada quatro meses, e estudos recentes afirmam que ele cumpre bem a tarefa de representar o mercado de ações brasileiro. Mas, por outro lado, em alguns critérios ele deixa a desejar. Por exemplo, o desempenho do índice em relação ao PIB é superior a 34% negativo, e o número de empresas listadas apresenta defasagem. Nenhuma empresa do setor automobilístico se encontra no pregão, nem no Ibovespa. O professor William Eid Jr., do Centro de Estudos em Finanças da FGV-EAESP, destaca quatro aspectos importantes para se ter um bom índice: relevância (deve refletir os mercados ativos e de interesse), abrangência (deve incluir oportunidades disponíveis em condições normais de mercado), replicabilidade (os participantes devem poder imitar a composição do índice, adquirindo ações diretamente) e perfil de investimento bem definidos e informados com clareza.

 A ideia de um novo índice ou revisão do Ibovespa circula com força no mercado de capitais. A solução para especialistas é aumentar a participação do PIB nos critérios do valor das ações e diminuir o peso de empresas como Vale e Petrobras.

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