Desde sua criação, em 1968, pelo engenheiro e economista Mário
Henrique Simonsen, na época assessor do ministro do Planejamento,
Roberto Campos, o índice Ibovespa gera controvérsias. Em 1993,
quando o índice comemorou 25 anos, o professor Hélio de Paula Leite,
da Fundação Getulio Vargas, foi um dos convidados pela Bovespa para
escrever um livro sobre a história do índice, e ele já foi interrogado sobre
a criação de um novo índice. Hoje, 20 anos depois, a pergunta continua
divagando entre conversas de economistas, estudiosos e membros
envolvidos na bolsa de valores, mas ainda sem resposta definitiva.
Isso porque o índice atual, utilizado no pregão brasileiro, continua
o mesmo desde quando foi criado, em 68. Ele é baseado no volume
financeiro e na quantidade de negócios das ações. O índice é atualizado
a cada quatro meses, e estudos recentes afirmam que ele cumpre bem
a tarefa de representar o mercado de ações brasileiro. Mas, por outro
lado, em alguns critérios ele deixa a desejar. Por exemplo, o desempenho
do índice em relação ao PIB é superior a 34% negativo, e o número
de empresas listadas apresenta defasagem. Nenhuma empresa do setor
automobilístico se encontra no pregão, nem no Ibovespa. O professor
William Eid Jr., do Centro de Estudos em Finanças da FGV-EAESP,
destaca quatro aspectos importantes para se ter um bom índice: relevância
(deve refletir os mercados ativos e de interesse), abrangência (deve
incluir oportunidades disponíveis em condições normais de mercado),
replicabilidade (os participantes devem poder imitar a composição do
índice, adquirindo ações diretamente) e perfil de investimento bem
definidos e informados com clareza.
A ideia de um novo índice ou revisão do Ibovespa circula com força
no mercado de capitais. A solução para especialistas é aumentar a
participação do PIB nos critérios do valor das ações e diminuir o peso de
empresas como Vale e Petrobras.
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