Os fundos de investimentos de Private Equity brasileiros, quando se situaram
no Brasil, faziam uma pequena exigência que parecia justa na época: a criação
de um comitê de investimentos, no qual os cotistas tinham participação nas
decisões de investimento do fundo. Na época, os gestores aceitaram, afinal, que
era um preço baixo para se pagar em troca de receber uma fatia de investimento
do fundo. Mas hoje, esse modelo começa a ser questionado.
A argumentação do questionamento é simples: em teoria, o gestor deveria ter
autonomia e olhar clínico para decidir em quais ativos investir. Outro ponto é
que participar das decisões implica em ter que lidar com a responsabilidade das
consequências e esse é um risco que o estrangeiro, principalmente, não quer
correr.
Como em todas as situações, cada um dos lados possui suas vantagens e falhas.
O comitê de compliance, formado exclusivamente por gestores, pode dinamizar
muito os processos de aprovação de investimento e acabar com as discussões
e indecisões que os comitês de investimentos vivem tendo por motivos de
divergência de opiniões dos cotistas. Enquanto os cotistas podem possuir muito
mais experiência de mercado e tato para perceber quando o investimento poderá
resultar em prejuízo para o fundo.
Mas esse último só se aplica caso os cotistas realmente sejam qualificados. Do
contrário, o comitê de compliance passa a ser mesmo a melhor opção: “Nesse
caso, dar liberdade para o gestor e apenas monitorar o processo de investimento
deixaria o fundo mais eficiente", conclui Cláudio Furtado, professor da FGV- EAESP e fundador do Centro de Estudos em Private Equity e Ventare Capital
(GVcepe).
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