Os bancos brasileiros ainda estão em estado de alerta, por mais que a economia
tenha entrado na linha e a inadimplência tenha voltado às taxas consideradas
normais na economia. Quem comenta o caso é o especialista em economia da
FGV-EAESP, Fabio Gallo: “A inadimplência parece ter voltado à normalidade,
mas ainda não há certeza de que essa queda seja consistente na economia. Nem
todos os números indicam isso, em uma economia como a nossa”.
Em meio a esse cenário é possível destacar que, apesar das taxas de inadimplência terem caído e a economia esteja girando, os riscos não estão
erradicados, pois houve a expansão do crédito em 2009/2010, que permitiu
manter a economia aquecida. “Existe uma questão temporal. Quem comprou
carro em 60 meses naquela época ainda está no meio do percurso e, em algum
momento, pode não dar mais conta de arcar com o financiamento”, explica
Gallo.
Com todo o receio por parte dos bancos, seus lucros não têm sofrido queda,
mas se mantido estáveis nos últimos dois anos, um resultado desfavorável para
esse setor, ainda mais com a economia indo bem no país. Para se prevenir de
empréstimos duvidosos, os bancos têm resguardado provisões no valor médio
de 6,2% do total emprestado por essas instituições. Com isso o lucro dessas
empresas fica comprometido. “Os balanços recentes dos bancos vieram piores
justamente porque tiveram que reforçar as provisões”, afirma o professor. Esse
é um problema da economia como um todo, e tal problema resguarda vários
setores da economia. “A inadimplência compensa e, em alguns casos, até anula
o efeito positivo da queda dos juros básicos nas linhas de crédito”, conclui o
docente.
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