No momento de se mudar ou adquirir um novo imóvel, por qualquer que seja o motivo, uma dúvida recorrente permanece na hora de escolher a forma de financiamento que será utilizada. O mercado de crédito imobiliário oferece duas
possibilidades de financiamento: o tomador do empréstimo pode optar pela Tabela Price (TP) ou pelo Sistema de Amortização Constante (SAC).
De maneira geral, a diferença principal entre elas está no comportamento das prestações ao longo
do contrato assinado.
A prestação pela Tabela Price tende a permanecer praticamente inalterada durante todo o período de contrato, mesmo que passe por correção de valor, com a taxa básica de juros abaixo dos 8% ao ano, a variação deve mesmo ser próxima de zero. Ideal para pessoas com renda menor ou que já está toda comprometida, até por isso as barreiras de entrada nesse financiamento são menores.
Já em contrato firmado pelo Sistema de Amortização Constante, a prestação por uma redução acontece conforme o passar dos anos. O contratante vai pagar mais caro no início de contrato e chega ao final dele com um valor que pode ser menor do que a metade da primeira parcela paga. Melhor modelo de financiamento para casais jovens que não têm filhos e podem dedicar uma parte maior de sua verba nos primeiros anos.
Existe ainda uma terceira opção, que seria o consórcio, ainda muito utilizado pelos brasileiros. Segundo o professor William Eid Jr., da FGV-EAESP, esta é uma questão cultural: “O brasileiro não tem disciplina financeira e vê no consórcio uma opção simplificada de aquisição de bens”. Mas o professor Eid Jr. não considera esta forma como uma boa opção para financiamento. Embora não haja juros, o consórcio requer pagamentos de taxas e correções atreladas à inflação, que no final do contrato podem ser tão altos quanto um financiamento ou empréstimo pessoal, com o diferencial de que não se ganha direito de acesso ao bem de imediato. “Mesmo que o participante faça lances que podem dar
a ele a chance de ter o bem antecipadamente, ele está em desvantagem, pois está desembolsando um volume muito maior de uma só vez, o que não ocorre num financiamento”, completa o professor da FGV-EAESP. Para ele, poupar o dinheiro e pagar à vista ou pelo menos dar a entrada em um valor substancial são opções melhores que o consórcio. “O brasileiro não está habituado a poupar, e ao recorrer ao consórcio, acaba pagando mais e demorando mais para ter o bem em mãos”, finaliza o professor Eid Jr.
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