Mesmo com a crise nos Estados Unidos e depois na Europa, o Brasil se manteve praticamente inabalado economicamente. Isso aconteceu principalmente devido à ascensão da classe C, que transformou mais de 40 milhões de brasileiros em consumidores. Esse poder de compra foi o que manteve a economia girando e afastou a crise daqui.
Entre janeiro e novembro do ano passado, no varejo, o crescimento acumulado das vendas foi de 8%, e as vendas no Natal também subiram.
Mas passada essa onda de boas marés para o Brasil, uma triste realidade nacional volta a assombrar a economia brasileira. Ao passo que o número de consumidores cresce, a educação econômica do brasileiro não acompanha essa evolução, que nos deixa com um cenário de endividamento, inadimplência e prejuízos para população e para poupança nacional.
O professor William Eid Jr., coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV-EAESP, afirma que o problema é que se cultiva o consumo exacerbado desde cedo. “Os brasileiros devem mais do que deveriam e não olham para o futuro”, relatou o coordenador.
Mesmo com as taxas de juros mais baixas da história, a inadimplência no Brasil aumentou em 15%, comparada ao ano anterior. Isso se deve ao aumento da oferta de crédito. Pesquisas indicam que um terço das pessoas que fizeram empréstimo pagam mínimo de 5% ao mês, e um quarto delas nem sabe quanto paga de juros. "A inadimplência no país é uma bola de neve à velocidade da luz. Em dois ou três anos, muitas dívidas ficam impagáveis", afirma Eid Jr.
Esse cenário criou uma preocupação de algumas entidades para com a educação econômica do brasileiro. Cresce cada vez mais o número de programas, cursos e dicas de educação financeira. E as crianças começam a receber aulas sobre o assunto a partir do ensino fundamental até o médio. Tudo isso numa tentativa de diminuir a inadimplência e o mau uso do dinheiro que hoje é hábito do brasileiro e foi um dos motivos para o começo das grandes crises no exterior.
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