O ano de 2013 começa com cara de 2012, pelo menos economicamente falando.
Isso porque o país ainda está com o pé preso em diversas intervenções feitas
no ano passado. Uma delas é a taxa cambial que subiu para R$2,00, com as
atuações do Banco Central e do Ministro da Fazenda Guido Mantega. Outra foi
a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis, a
fim de aquecer o mercado.
O problema é que esse remédio já perdeu o efeito. As estratégias do governo
se resumem a incentivar o consumo e aumentar a oferta de crédito desde a
recessão de 2009. Essa estratégia funcionou quando se tinha milhões de pessoas
saindo da linha da pobreza e entrando na faixa de consumo e com as taxas de
desemprego despencando. Hoje, o cenário é diferente e o Governo parece não
ter se dado conta disso. A população brasileira está endividada, não há espaço
para redução do desemprego e nem perspectiva de crescimento futuro.
O professor Samy Dana, da FGV-EAESP, afirma, em texto próprio, que
enquanto o governo estimula crédito e consumo desenfreados, ele alimenta
também fantasma cada vez mais presente, chamado custo Brasil. Como a
infraestrutura econômica do Brasil não pode ser considerada referencia, as
intervenções que vão sendo criadas (como intervenção no câmbio e redução no
IPI) servem apenas para tapar o Sol com a peneira, e com isso o Brasil cresce
menos do que seus vizinhos sulamericanos e que outros emergentes ao redor do
mundo, como China e Índia.
O que está acontecendo de errado?
O Governo tenta incentivar a demanda desenfreada de consumo. Isso
funcionou enquanto a economia estava aquecida e com pessoas entrando no
mercado de trabalho. Dana afirma, ainda, que com taxas de desemprego tão
baixas, é preciso aumentar a produtividade do trabalho ao invés de aquecer
a demanda. “Não dá pra crescer sem investir. Somente com infraestrutura de
qualidade e impostos mais baixos o preço dos produtos vão baixar, assim, mais
empreendedores vão investir e mais ofertas serão criadas", afirma o professor.
Com isso a demanda vem naturalmente e as intervenções não serão mais
necessárias, pois a questão agora é oferta e não mais a demanda.
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