terça-feira, 30 de outubro de 2012

A hora é do crédito privado


Se aventurar no mundo do crédito privado já é uma verdade para o investidor em fundos, já que a queda dos juros básicos para níveis historicamente baixos não trouxe consigo o tão esperado vigor para a bolsa.

Para se ter uma ideia, no ano de 2010, os títulos de crédito privado representavam 20,6% do patrimônio dos fundos, e no mesmo mês deste ano, eles representavam 23,1%. A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) afirma que a parcela da renda variável caiu de 16,1% para 14,2%. O que ocorre é que, além dos investidores acrescerem suas aplicações em fundos que levam crédito no nome, os gestores têm elevado ao máximo esses títulos nas carteiras de renda fixa tradicionais.

As letras financeiras foram as que mais cresceram nas carteiras dos fundos, nos últimos 12 meses, fazendo com que o estoque desses títulos dobrasse no período e atingisse, em agosto, R$ 172,6 bilhões. Com isso, este título tornou-se o principal papel de crédito privado dos fundos, ganhando dos Certificados de Depósito Bancário (CDBs), bem mais tradicionais e que possuem alta liquidez.

O importante é não esquecer que o crédito privado representa um empréstimo às empresas e instituições financeiras. Como o brasileiro, por conta dos juros altos, sempre foi incentivado a emprestar do governo, com a compra de títulos públicos, o mercado de crédito privado fica pequeno. Portanto, é necessário focar que, sem um histórico longo, é complicado avaliar o risco desses papéis.

O professor William Eid, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas, relata que as grandes ocorrências de inadimplência envolvendo títulos privados ainda são pequenas. “Já tentamos quantificar o risco de crédito no Brasil, mas os eventos são tão raros que isso é inviável”, concluiu Eid.

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