Índices, ações, carteiras ponderadas, pregão, gestão ativa e muitas metodologias. Realmente, trabalhar na bolsa de valores não é pra qualquer um, muito menos para leigos. Não que leigos não possam aprender todos esses termos e suas aplicações e não possam ter sucesso nesse meio, mas existem riscos envolvidos na compra e venda de ações. Durante o processo de aprendizado acontecem erros e, neste meio, erro significa prejuízo. Isso era uma verdade quase absoluta, mas eis que surge uma pesquisa inglesa que compara carteiras escolhidas aleatoriamente com os índices de mercado. Na verdade, a pesquisa vai além disso; ela simula escolha feitas por chimpanzés, que por não saberem ler, escolhem as carteiras de forma completamente aleatória, sem restrições do gestor. Em todos os casos analisados, as carteiras bateram os índices.
As carteiras montadas pelos macacos (que na verdade são computadores com algoritmos que geram aleatoriamente a escolha) tinham mil ações e não havia limite para que uma ação fosse escolhida. A intenção do estudo era analisar o efeito das incertezas sobre o retorno das ações. Colocando em números práticos, uma carteira gerida por um gestor mediano no mercado acionário americano que investiu US$100, em 1968, teria um pouco menos de US$5.000, no fim de 2011. Enquanto metade das carteiras dos macacos rendeu US$8.700, 25% renderam US$9.100 e 10% rendeu acima de US$9.500, com os mesmo US$100 hipotéticos inicialmente investidos.
A intenção da pesquisa não é fazer quem ler demitir seu gestor financeiro e contratar um chimpanzé treinado para o lugar dele, longe disso. Mas, sim, mostrar que a ideia de simplesmente investir num fundo que reproduz um índice de mercado com uma carteira ponderada não é a fórmula do sucesso. Seguindo com a pesquisa, ela mostra que, embora tenham superado o índice, as carteiras aleatórias perderam para aquelas que possuíam metodologias de redução eficiente de riscos. O professor William Eid Jr., da FGV-EAESP, diz que o cenário apontado pela pesquisa é normal, pois os gestores financeiros tendem a se defender mais nas épocas em que o mercado retrai. "Ao defender-se das perdas, o gestor também acaba abrindo mão dos ganhos, o que piora o desempenho no longo prazo", diz Eid.
Fonte da imagem: Corbis Images
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