sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Fantasia real


Expor-se a milhões de telespectadores, diariamente, por meses a fio, parece não ser nenhum tipo de problema para algumas pessoas. Ficar trancafiado em um quarto, cuidar de animais e se submeter a algumas atividade que, aos olhos do público, podem ser constrangedoras, fazem parte da rotina dos programas de reallity shows.

Silvia Viana, professora de sociologia da FGV-EAESP, diz que é muito difícil explicar por que as pessoas se submetem a esses rituais. "Não existe um motivo. Elas realizam esses rituais simplesmente por fazer, sem ter sentido. É assim nos realityshows e no mundo do trabalho, pois a gente não tem dogma ou transcendência. No capitalismo é assim". Seguindo esse pensamento, a professora analisa não só programas em que as disputas e as situações vexatórias e humilhantes são evidentes.

“A seleção é parte estrutural da sociedade e dos reality shows", segundo Silvia. "Limite só quem pode dar somos nós, agindo politicamente. Nessa lógica, não tem limite a violência". Com certeza, ninguém gostaria de acordar cedo na manhã de domingo, após uma noite de festa, para trabalhar pela comida da semana inteira. Isso mostra que o empobrecimento da cultura está ficando cada vez mais evidente.

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