quarta-feira, 8 de agosto de 2012
A interligação das economias globais
Desde a década passada, os países em desenvolvimento registraram um aumento na participação da produção global de 20% para 34%. No mesmo período, a União Europeia, Estados Unidos e Japão vêm perdendo suas hegemonias no cenário econômico mundial, reduzindo sua participação de 171% para 57%.
Segundo Ernesto Lozardo, professor de economia da FGV–EAESP, essa transição do foco econômico ocorreu pelo fato de que a globalização dos mercados tem favorecido o crescimento econômico dos países emergentes. Há décadas, os países do Leste Asiático norteiam o processo de desenvolvimento nacional para a modernização da estrutura produtiva por meio da abertura econômica.
O professor fala ainda que, em 1978, a China representou 0,8% das exportações do mundo, enquanto em 2010, esse número já cresceu para 10,4%. No mesmo período, os demais países emergentes detinham 19% das exportações globais (em 1978) e passaram a exportar 42% do volume mundial em 2010. Enquanto a China enviou produtos de elevado conteúdo tecnológico a países desenvolvidos, os demais emergentes exportaram para a China e para o Leste Asiático, commodities de baixo valor agregado – fazendo com que a China se tornasse um formador de preços e os emergentes tomadores de preços internacionais.
Mesmo nesse cenário aparentemente novo, o circulo da dependência dos mercados continua, já que os gigantes asiáticos exportadores de tecnologia necessitam que os países de primeiro mundo continuem com a economia saudável para que continuem a comprar os produtos. Lozardo defende a ideia de que, caso a crise dos países desenvolvidos se agrave, a economia mundial crescerá menos do que 3% até o fim desta década. Neste mundo de relações globais, como o prolongamento da crise financeira, nenhum país sairá ileso e muitos naufragarão.
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