Diego Boring Reeberg e Luis Otávio Ribeiro ainda nem terminaram a graduação em Administração de Empresas na GV e já são empreendedores de sucesso. Os universitários desenvolveram o site Catarse, uma plataforma que visa financiar projetos de arte e cultura através de crowdfunding.
Os projetos são disponibilizados e têm até 60 dias para obter o apoio financeiro desejado ou o investimento é devolvido para quem apoiou. Com essa proposta, a plataforma já apresenta mais de 15.000 apoiadores, espalhados por 300 cidades e responsáveis pela arrecadação de R$ 1.300.000,00. Com isso, já foram viabilizados mais de 145 projetos.
Quais são os tipos de projetos aceitos no Catarse?
Diego: Quando a gente fala em tipos de projetos, a gente pega as cinco principais áreas, que são: parte cultural, jornalismo, empreendedorismo, projeto social e projeto de educação política. Na verdade, todos eles são, de alguma forma, culturais.
Luís: Todos eles são, de alguma forma, sociais, e o benefício é coletivo e não próprio. Já recebi pedidos: "quero comprar um Mac"; tá, mas e aí?
Vocês trabalham com a prática do tudo ou nada: se o projeto não consegue o valor pretendido no tempo estipulado, vocês devolvem o dinheiro. É simples esse processo de devolução?
Diego: Não é difícil, não. Quando a pessoa faz a transição, o dinheiro cai em uma conta nossa no Meio de Pagamento, que é uma empresa que faz a análise de crédito e a intermediação financeira para captar essa grana. O Meio de Pagamento tem contas virtuais, e aí, quando o dinheiro cai, vai para a nossa conta nesse local, e ali é muito fácil eu devolver o dinheiro.
E os valores de apoio, chegam a ser quais?
Diego: A gente trabalha com o mínimo de R$ 10,00, mas já tivemos apoio de R$ 10.000,00. Respondo como presidente e me revezo entre elas. Meu trabalho é dar orientação estratégica.
Vocês estimulam no site uma "catarse coletiva". O que significa esse convite?
Diego: Segundo Aristóteles, a catarse é o processo de libertação pelo qual a pessoa passa após ter acontecido algo trágico. Usamos no sentido de que antes o projeto não podia acontecer, seja pelas formas tradicionais muito burocráticas ou por qualquer outra coisa, mas agora a pessoa tem a possibilidade de fazer.
Qual é a equipe do Catarse?
Diego: Tem nós dois aqui em São Paulo, três sócios no Rio, duas funcionárias no Rio, um programador em Florianópolis, um programador em BH e uma empresa que é sócia em Porto Alegre.
Vocês já chegaram a contribuir com algum projeto?
Luis: No começo, a gente dava muita ajuda, mas eu continuo escolhendo alguns. Com Belo Monte, por exemplo, eu contribuí. [O projeto do documentário Belo Monte: anúncio de uma guerra ocorreu entre diversos grupos no Facebook e conseguiu arrecadar mais de R$ 140.000,00. Mais de 3.400 pessoas colaboraram].
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